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sexta-feira, 27 de maio de 2011

A importância das matas

 

Trecho do Rio Muriaé, próximo à nascente.
"Terra sem verde, terra sem vida, terra sem valor".
(Romero de Muriaé)


Matas, fábricas de água
As matas estão diretamente associadas à vitalidade dos rios. Como se costuma dizer, matas são fábricas de águas e, conseqüentemente de rios. Isto porque as matas evitam as enxurradas, e ao reterem as águas das chuvas na superfície por mais tempo, permitem que mais quantidade de água infiltre no solo. Como já vimos, assim, o lençol freático é alimentado de forma mais eficiente. Parte desta água, então, volta à superfície, alimentando os rios de forma constante e gradativa.

Além disto, as matas têm também a função, de evitar que as águas das chuvas desçam os morros de forma brusca, carregando a cobertura superficial do solo, que é a camada fértil rica em material orgânico.


Noroeste em estado de desertificação
Quando uma região é desmatada, como é o caso da região junto à microbacia do Rio Muriaé, a tendência é o progressivo empobrecimento do solo e conseqüente desertificação. De fato, a região do Noroeste Fluminense já vem sendo considerada região em crescente estado de desertificação pelos órgãos de pesquisa e instituições ambientais. Alertas têm sido feitos, mas ainda precisamos buscar soluções. Ações são necessárias onde somente as palavras não representem solução.

O desmatamento faz também com que as chuvas venham a varrer (lixiviar) o solo e carregar seus nutrientes para os leitos dos rios, assoreando-os e fazendo-os transbordar, gerando inundações como as que recentemente vimos no Noroeste Fluminense em 1979 e 1997.
De acordo com a Lei 9605 (Lei de Crimes Ambientais), matas nativas devem ser preservadas, mas todo ano continuamos assistindo a queimadas criminosas às vezes em regiões bem próximas às estradas e ao perímetro urbano de nossas cidades.
Quando isto vai acabar ?
O Norte Fluminense Contém o Maior Número de Pássaros Ameaçados de Extinção em Todas as Américas
As áreas baixas da Mata Atlântica do Norte Fluminense contêm o maior número de pássaros ameaçados de extinção em todas as Américas. O projeto Cordão de Mata, do Instituto Pro-Natura, que conecta remanescentes florestais num corredor biológico entre a Reserva Biológica de Tinguá e o Parque Estadual do Desengano, representa solução viável para proteger tais espécies e prover benefícios aos habitantes urbanos do Estado do Rio.
Estas foram algumas das conclusões alcançadas pelos participantes do I Workshop sobre Restauração da Mata Atlântica como Ferramenta para a Gestão de Bacias Hidrográficas, realizado entre 7 e 19 de janeiro, no Hotel Fazenda Carrapeta, em Conceição de Macabu, em colaboração com pesquisadores do Instituto de Economia Ecológica (IEE) da Universidade de Maryland-EUA, com o apoio da Universidade Federal Rural Federal do Rio de Janeiro e da Fundação CIDE. A realização do Workshop recebeu financiamento da Fundação MacArthur.
Os 34 participantes do evento, vindos de diversas partes do Brasil (São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Bahia), EUA, Alemanha, Itália, França, Angola, Peru e Venezuela estão trabalhando na região. Dentre os participantes multidisciplinares, incluem-se técnicos de diversas instituições do estado do Rio, destacando-se a Diretora do Parque Nacional da Tijuca, além de especialistas do Instituto Estadual de Florestas e da Fundação CIDE, assim como da UFF, UFRJ, UFRRJ e UENF.

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